quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Pesquisa de Mercado e comportamento do consumidor




Primeiro dia de aula sobre Pesquisa de Mercado, com a professora Adriana Seixas.
Simplesmente s-e-n-s-a-c-i-o-n-a-l.

Por que? Bom, inicialmente porque eu sou um "apaixonado forçado" por pesquisas de mercado, hábitos de consumo, comportamentos do consumidor e Pacos Underhills. Em segundo porque quando se estuda a fundo o mix de marketing (Pruduto, preço, canais de distribuição, promoção e pessoas), você começa a ver aquilo que aparentemente é feito por zilhares de pessoas como:

Produto = bombom
Preço = R$1,50
Praça = Lojinha do Sr. José
Promoção = "folden", "panfreto", "sáit na interneti", "brógui" e "orcúti" (ai)
Pessoas = "todo mundo gosta de chocolate"

...está tudo ferrado.

Terceiro porque eu tenho que fazer pesquisa para tudo. Por que? Simplesmente porque eu vivo muito à margem da sociedade. Um marginal mesmo. E o pior é que igual a mim eu sei que o mundo está cheio!

Mas marginal como?

Eu não bebo, não fumo, não tenho carro (uso o do meu pai), nunca fui à micareta, não frequento botecos, gosto muito, muito, muito de ler (coisa que eu não suportava há... 4 anos atrás), não coleciono coisas, não vou à baladas, meu visual não é cool (é básico urbano), assisto TV 3 horas por semana, fico na internet o dia inteiro, escrevo um blog por que assim posso falar para o vento sem me preocupar se a pessoa está interessada em saber ou não (as vezes o blog trava, mas...será que é por isso? hahahhaa) porque eu não consigo guardar isso pra mim, entre outras coisas.

E daí?

E daí que, tendo esse tipo de comportamento e o pior, sabendo e refletindo sobre isso, pensei: - "Como posso ser um publicitário ou marketeiro tendo esse tipo de comportamento?". Acrdito que seja ruim porque eu não estou contextualizado com algumas coisas que predominam na sociedade. Por outro lado eu consigo enxergar uma série de coisas olhando de fora, que quem está dentro não consegue ver. Essa é a parte mais legal.

Mas a pergunta que me amaldiçoa diariamente é

" Você acha que a falta de afinidade e identificação com o target pode prejudicar o andamento e conseqüentemente o resultado final das ações?"

É lógico que sim.

Se você é grunge, vai conseguir intuitivamente fazer uma ação eficaz para pagodeiro? Lógico que não. Por que? Porque você não tem afinidade com o público, tampouco identificação.

Então como fazer nesses casos? Eu preciso trabalhar!!!

A resposta é: pesquisa. Durante uma linda discussão dentro de sala de aula entre o professor Júlio Buére e Vinícius Indiozinho sobre religião (sempre a tal da religião), Vinícius diz que Júlio não poderia falar nada sobre igreja evangélica, porque ele sequer tinha pisado em um templo. Ele respondeu "Menino, eu não preciso ser galinha pra entender de ovo" (Isso foi em Março de 2005).

Isso definitivamente me chocou. Hoje é a resposta para este problema que não somente eu passo por ele, mas milhares de pessoas que também trabalham com isso.

A pesquisa te dá dados. Interpretar os dados é oooooooooooutra coisa. Contra fatos, não se discute. Contra dados, também não. Se você é grunge e tem que fazer, por exemplo, um trabalho para um pagodeiro, como fazer para a peça ser eficaz? Você precisa da grana para comprar o CD TEN do Pearl Jam e ficar cantando OOUAAAA OOOOHH I'M STILL ALIVE dentro do seu quarto fazendo air guitar. Pesquisa. Pesquisa. Pesquisa. Eu pesquiso. Tu pesquisas. Ele pesquisa. Nós pesquisamos. Vós pesquisais. Eles pesquisam.

Para provar o tamanho da importância da pesquisa, por mais simples que ela seja, dou o exemplo clássico que aconteceu comigo que com certeza vai ficar marcado para o resto da minha vida.

A empresa onde trabalho atualmente fez 3 anos e o diretor achou que deveríamos sortear entre os funcionários da empresa uma bolsa esportiva (bacana) com alguns produtos interessantes do nosso mix (bacaaana).

Ótimo! Na minha cabeça a coisa mais importante a se fazer, por uma questão de estratégia de ambiente interno, motivacional ou como queira chamar, era saber o que os funcionários gostariam de ganhar. Por que? Por que eu sou COMPLETAMENTE diferente deles. Mundos diferentes, valores diferentes, culturas diferentes, ambientes diferentes, formações diferentes. Logo, para eu ter certeza que não iria errar ao entregar uma sacola com coisas "tipo nada a ver, véi!", resolvi pesquisar.

Antes, escrevi em uma folha de caderno 5 coisas que eu acharia perfeito para eles. Que eles adorariam. Selecionei caixas de som para computador(pensando nos mp3 que eles compram), canetas bacanas, estojo bacana, um post-it pop up com dispenser de vidro e esqueci os outros dois. Mas foram coisas do tipo. Logo depois, escondi a lista e com uma folha de caderno e uma caneta, perguntei a cada um: "Se vocês pudessem ir no estoque e pegar uma coisa, qualquer coisa, independente do valor ou tamanho, qualquer coisa mesmo, o que pegariam?"

Três deles falaram PEN DRIVE, dois não souberam falar, uma disse que pegaria um organizador de arquivos e a outra perguntou "Ah! Mas só pode ser daqui do estoque? Então não quero nada não". Por que estranhar? Ora, eu disse antes! A falta de identificação com o target pode prejudicar uma ação. O que eu valorizava e achava que eles também iriam valorizar, seria um fiasco.

E quando eu fui apresentar os resultados para o diretor, ele me solta um "Você não deveria ter feito isso. Não podemos pedir a opinião deles porque senão você cria uma expectativa, e eu com certeza não vou atender à essas expectativas".

Um lado trabalhando para dar aos clientes mais preciosos que são os funcionários, tudo do bom e do melhor, de forma a atingir as expectativas e motivá-los. Do outro lado, qualquer porcaria eles vão ter que aceitar mesmo, afinal, uma coisa é melhor do que nada.

Então eu disse "Poxa! Mas aí fica difícil. Eu querendo valorizar o pessoal e dar coisas que eles gostam e você querendo dar qualquer porcaria? Tem algo errado nisso! Fazer a pesquisa para se ter pelo menos uma idéia é questão de bom senso! Eu não me importo de tirar do próprio bolso para comprar as coisas que eles esperam, porque eu quero que eles fiquem contentes com o que ganharam!". E ele disse "Eu não acho!". Eu disse "É, bom senso não existe mesmo. Você tem o seu e eu tenho o meu". Então ele finalizou "Sim, e vamos ficar com o MEU bom senso então nesse caso. Eu vou definir o que vai entrar na bolsa." (nuuuuuuuuuuuuuuuh).

O muuundo caiiiiu no instaaante em que eeeeeeu (vanessa camargo) Ridículo essa neh?!

No mínimo B-i-z-a-r-r-o. Eu preciso sair daqui.

Defendo com unhas e dentes a pesquisa. É a ferramenta mais importante para qualquer coisa na vida. Qualquer uma. Pesquisa.

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